Curiosidades Geometria Geometria Espacial Geometria Plana
Apostila de GeoGebra

Apostila de GeoGebra, para geometria dinâmica

Essa apostila mostra o passo a passo de diversas construções para aplica-las em sala de aula. Perfeitos para professores do ensino Fundamental, médio e superior.

Confira abaixo o link para baixar uma apostila Feita por:

EMERSON ROLKOUSKI; TASSIANE SAUERBIER; ELIANE P. DE LIMA – UFPR

Esta é uma tradução da apostila destinada à Disciplina CD039 – Geometria Dinâmica do Curso de Matemática com o uso do software Cabri Géomètre para o software GeoGebra.

Link :Apos_GeoDin_GeoGebra

Atividades realizadas na apostila.

Matematicando na vida!

Educação matemática Fundamental Geometria Geometria Espacial Geometria Plana Médio Trigonometria
GeoGebra- Software de Matemática Dinâmica Gratuito

Criado por Markus Hohenwarter,matemático austríaco, o GeoGebra é um software livre para o aprendizado de matemática dinâmica que reúne diversos recursos de cálculo, geometria e álgebra.

o software GeoGebra tem todas as ferramentas comuns de um software de geometria dinâmica: os pontos, os segmentos, as retas e as seções cônicas. Porém possui também equações e coordenadas que podem ser inseridas diretamente. Desse modo, o GeoGebra tem uma enorme vantagem em sua apresentação é possível fazer duas representações diferentes de um mesmo objeto que interagem entre si: sua representação algébrica e sua representação geométrica.

GeoGebra

Os tutoriais a seguir são pequenas animações com textos explicativos.

 

Tutorial Descrição
1

Janelas iniciais do programa: a Janela de Visualização, a Janela de Álgebra, o Campo de Entrada e o Botão de Ajuda.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

. Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

2

Disposições.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

3

Barra de Ferramentas, construção de pontos e retas no plano.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

PPara assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

4

Como apagar objetos, usando botão de Desfazer, construção de pontos médios e segmentos.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

5

Como mover, ampliar e reduzir a Janela de Visualização. Pontos livres no plano e pontos fixos.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

6

Como gravar, abrir e iniciar novas construções geométricas.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

7

Como esconder, exibir e mover os rótulos. Configuração de rótulos no GeoGebra.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

8

Como esconder e exibir objetos no Geogebra. Aplicação: construção do triângulo equilátero.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

9

Como traçar retas perpendiculares entre si. Aplicação: construção de um quadrado.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF (

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

10

Como esconder diversos objetos ao mesmo tempo (seleção múltipla com a tecla CTRL).

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

11

Como traçar retas paralelas. Como construir polígonos preenchidos coloridos. Aplicação: construção de um paralelogramo.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

12

Como mudar a aparência dos objetos: sua cor, seu tamanho, sua espessura, sua transparência. Como renomear um objeto.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

13

Como modificar as propriedades dos objetos (sua cor, seu tamanho, sua espessura, sua transparência) com o botão direito do mouse.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

14

Usando a ferramenta Mediatriz.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

15

Usando a ferramenta Bissetriz.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

16

Como construir o incentro e o círculo inscrito de um triângulo qualquer.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

17

Como construir pontos semi-livres, como rastrear os pontos, como construir lugares geométricos.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

18

sobre rastros, usando atalho de teclado CTRL + F.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

19

Criando e usando novas ferramentas (macros), a ferramenta Polígono Regular.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

20

Como gravar, abrir, configurar e apagar ferramentas (macros). Como deixar uma ferramenta permanente.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

21

Usando macro para ilustrar /demonstrar o Teorema de Napoleão.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

22

Como exportar imagens para o Microsoft Word ou o BrOffice usando o formato PNG.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF (

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

23

Como usar d a Janela de Álgebra; como configurar o número de dígitos usados.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

24

Como criar ângulos e modificar suas aparências; como usar a ferramenta Copiar Estilo Visual.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

Informações no GeoGebraWiki: Ferramenta Ângulo e Ferramenta Copiar Estilo Visual.

25

A Barra de Estilo.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

26

Textos e Fórmulas do LaTeX.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

27

Definindo funções afins e funções quadráticas.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

28

Configurando escalas dos eixos coordenados.

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF

Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

29

Configurando a aparência dos eixos coordenados (rótulo e marca).

Clique aqui para ver o tutorial no formato SWF
Para assistir a esse vídeo no YouTube, clique aqui.

Fonte:Instituto GeoGebra no Rio de Janeiro

Matematicando na vida!

Geometria Geometria Espacial
Vetores no espaço tridimensional
Geometria Espacial: Vetores no espaço tridimensional
  • Vetores no espaço R3
  • Soma de vetores e propriedades
  • Aplicações geométricas
  • Diferença de vetores
  • Produto por escalar e propriedades
  • Módulo de vetor e vetores unitários
  • Produto escalar
  • Propriedades do Produto escalar
  • Ângulo entre vetores (Prod.Escalar)
  • Vetores ortogonais
  • Produto Vetorial e propriedades
  • Ângulo entre vetores (Prod.Vetorial)
  • Aplicações do Produto Vetorial
  • Produto Misto e aplicações

 

Vetores no espaço R³

Existe uma estreita relação entre vetores no espaço R2 e no espaço R³. Na verdade, o conceito de vetor geométrico nos espaços euclidianos é sempre realizado da mesma forma, o que diferencia são as aplicações mais ricas que existem em R³.

Definição: Um vetor (geométrico) no espaço R³ é uma classe de objetos matemáticos (segmentos de reta) que tem a mesma direção, mesmo sentido e mesma intensidade. Esta classe de equivalência de objetos com as mesmas características é representada por um segmento de reta desta família (representante).

O representante escolhido, quase sempre é o vetor v cuja origem é (0,0,0) e extremidade é o terno ordenado (a,b,c) do espaço R³, razão pela qual denotamos este vetor por: v=(a,b,c).

Se a origem do vetor não é a origem (0,0,0) do sistema R³, realizamos a diferença entre a extremidade e a origem do vetor. Por exemplo, se um vetor v tem origem em (1,2,3) e extremidade em (7,12,15), ele é dado por v=(6,10,12), pois:

v = (7,12,15) – (1,2,3) = (6,10,12)

Existe uma definição mais ampla do conceito de vetor (não necessariamente geométrica) que envolve uma gama variada de objetos matemáticos como: matrizes, conjuntos, funções, soluções de equações diferenciais, etc.

 

Soma de vetores

Se v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos a soma de v e w, por:

v + w = (v1+w1, v2+w2, v3+w3)

 

Propriedades da soma de vetores

  1. Fecho: Para quaisquer u e v de R³, a soma u+v está em R³.
  2. Comutativa: Para todos os vetores u e v de R³: v+w=w+v.
  3. Associativa: Para todos os vetores u, v e w de R³: u+(v+w)=(u+v)+w.
  4. Elemento neutro: Existe um vetor Ø=(0,0,0) em R³ tal que para todo vetor u de R³, se tem: Ø+u=u.
  5. Elemento oposto: Para cada vetor v de R³, existe um vetor -v em R³ tal que: v+(-v)=Ø.

 

Aplicações geométricas

Ponto Médio de um segmento: Dado um segmento de reta, cujas extremidades são também as extremidades dos vetores v1=(x1,y1,z1) e v2=(x2,y2,z2), o ponto médio deste segmento é dado por m=(x,y,z) onde

x = (x1+x2)/2; y = (y1+y2)/2; z = (z1+z2)/2

Centro de Gravidade de um triângulo: Consideremos os vértices de um triângulo, dados pelas extremidades dos vetores v1=(x1,y1,z1), v2=(x2,y2,z2) e v3=(x3,y3,z3). O centro de gravidade deste triângulo é dado pelo vetor g=(x,y,z) onde

x =(x1+x2+x3)/3; y =(y1+y2+y3)/3; z =(z1+z2+z3)/3

 

Diferença de vetores

Se v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos a diferença entre v e w, por:

v – w = (v1-w1,v2-w2,v3-w3)

 

Exercício: Dados v=(1,3,4) e w=(1,8,12), construir os vetores v, w, -v, -w, v+w e v-w.

 

Produto de vetor por escalar

Se v=(a, b, c) e k é um número real, definimos a multiplicação de k por v, como:

k.v = (ka,kb,kc)

 

Propriedades do produto de escalar por vetor

Quaisquer que sejam os escalares a, b e c e os vetores v e w teremos:

(E1) 1 v = v
(E2) (a b)v = a (b v) = b (a v)
(E3) a v = b v com v não nulo, então a=b.
(E4) k (v + w) = k v + k w
(E5) (a + b)v = a v + b v

 

Módulo de um vetor e vetores unitários

O módulo ou comprimento do vetor v=(x,y,z) é definido por:

Um vetor unitário é o que tem o módulo (comprimento) igual a 1.

 

Exemplo: Existe um importante conjunto com três vetores unitários de R³.

i = (1,0,0); j = (0,1,0); k = (0,0,1)

Estes três vetores formam a base canônica para o espaço R³, o que significa que todo vetor no espaço R³ pode ser escrito como combinação linear dos vetores i, j e k, isto é, se v=(a,b,c), então:

v = (a,b,c) = a i + b j + c k

Para obter um versor de v, isto é, um vetor unitário com a mesma direção e sentido que um vetor v, basta dividir o vetor v pelo seu módulo, isto é:

u = v / |v|

Para construir um vetor w paralelo a um vetor v, basta tomar v multiplicado por um escalar, isto é:

w = k v

As três projeções ortogonais do vetor v=(a,b,c) sobre os planos X=0, Y=0 e Z=0, são respectivamente, dadas por:

vx=(0,b,c); vy=(a,0,c); vz=(a,b,0)

 

Exercício: Quais são os vetores que representam as projeções ortogonais do vetor v = (3,4,12)? Quais são os módulos de todos estes vetores? Esboce um gráfico com estes vetores.

 

Produto escalar

Dados os vetores v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos o produto escalar (produto interno) entre v e w, como o escalar real:

v.w = v1w1 + v2w2 + v3w3

 

Exemplos: O produto escalar entre v=(1,2,5) e w=(2,-7,12) é:

v.w = 1.2 + 2.(-7) + 5.12 = 48

O produto escalar entre v=(2,5,8) e w=(-5,2,0) é:

v.w = 2.(-5) + 5.2 + 8.0 = 0

 

Exercício: Faça um gráfico, com muito cuidado nas medidas e mostre as posições dos vetores v e w do último exemplo.

 

Propriedades do produto escalar

Quaisquer que sejam os vetores u, v e w e o escalar k:

(PE1) v.w = w.v
(PE2) v.v = |v| |v| = |v|²
(PE3) u.(v + w) = u.v + u.w
(PE4) (k v).w = v.(k w) = k (v.w)
(PE5) |k v| = |k| |v|
(PE6) |u.v| < |u|.|v| (desigualdade de Schwarz)
(PE7) |u+v| < |u|+|v| (desigualdade triangular)

 

Ângulo entre dois vetores (Produto Escalar)

O produto escalar entre os vetores v e w pode ser escrito na forma:

v.w = |v| |w| cos(t)

onde t é o ângulo formado pelos vetores v e w. Observamos que este ângulo pode ser maior ou igual a zero, mas deve ser menor do que 180 graus (pi radianos). Com esta última definição, podemos obter o ângulo t, através do cosseno deste argumento t.

cos(t) = (v.w) / (|v|.|w|)

 

Exercício: Realizar uma análise acerca do produto escalar de dois vetores, quando o ângulo t é nulo, quando é reto e quando é raso.

 

Exercício: Determinar o ângulo entre os vetores v=(1,1,0) e w=(1,1,1). Nunca se esqueça de construir um gráfico com esses objetos matemáticos.

 

Vetores ortogonais

Dois vetores v e w são ortogonais se o produto escalar entre ambos é nulo, isto é, v.w=0.

 

Exercício: Dado o vetor v=(2,3,7), quais e quantos são os vetores ortogonais a v no espaço R³? Construa geometricamente esta situação.

 

Produto vetorial

Dados os vetores v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos o produto vetorial (produto exterior) entre v e w, denotado por v×w, como o vetor obtido pelo objeto matemático que não é um determinante mas que pode ser calculado como se fosse um determinante.

u × v =

Exemplo: Dados os vetores v=(1,2,3) e w=(4,5,6), o produto vetorial entre v e w é dado por v×w=-3i+6j-3k=(-3,6,-3), obtido a partir do “determinante”. Observamos que o produto vetorial é um vetor em R³.

u × v = = (-3,6,-3)

Tomando i=(1,0,0) e j=(0,1,0), que estão no plano do z=0, o produto vetorial destes dois vetores será v×w=(0,0,1) que é um vetor que está fora deste plano, daí a razão deste produto ser denominado exterior.

Em geral, o produto vetorial v×w é um vetor ortogonal a v e também ortogonal a w, isto é, o produto vetorial é ortogonal ao plano que contém os dois vetores v e w.

 

Propriedades do Produto Vetorial

(PV1) v × w = - w × v
(PV2) u × (v + w) = u × v + u × w
(PV3) k (v × w) = (k v) × w = v × (k w)
(PV4) i × i = j ×j = k × k = 0
(PV5) i × j = k, j × k = i, k × i = j
(PV6) Se v×w=0 (v e w não nulos) então v e w são paralelos

 

Ângulo entre dois vetores (produto vetorial)

O produto vetorial entre os vetores v e w pode ser escrito na forma:

v × w = |v| |w| sen(t) U

onde t é o ângulo formado pelos vetores v e w, e U é um vetor unitário que é paralelo ao produto vetorial v x w, logo U é perpendicular a v e também a w.

Tomando o módulo em ambos os lados da igualdade acima, obtemos:

|v × w| = |v| |w| sen(t)

e isto significa que, com esta última definição de produto vetorial, podemos obter o ângulo T entre dois vetores v e w, através de:

sen(t) = (v × w) / (|v|.|w|)

sendo que t é um número real pertencente ao intervalo [0,pi].

 

Aplicações do Produto Vetorial

Área do paralelogramo: Se tomarmos dois vetores v e w com um mesmo ponto inicial, de modo a formar um ângulo diferente de zero e também diferente de pi radianos, o módulo do produto vetorial entre v e w pode ser interpretado como a área do paralelogramo que tem v e w como lados contíguos.

A(paralelogramo) = | v × w |

Área do triângulo: A metade do módulo do produto vetorial entre v e w pode ser interpretada como sendo a área do triângulo que tem dois lados como os vetores v e w, com origens no mesmo ponto, isto é:

A(triângulo) = ½ | v × w |

 

Produto misto

Dados os vetores u=(u1,u2,u3), v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos o produto misto entre u, v e w, denotado por [u,v,w] ou por u.(v×w), como o número real obtido a partir do determinante

[u,v,w] = u·(v×w) =

 

Aplicações do Produto Misto

Volume do paralelepípedo: O módulo do produto misto entre u, v e w representa o volume do paralelepípedo que tem as 3 arestas próximas dadas pelos vetores u, v e w, sendo que estes vetores têm a mesma origem. Isto é, V(paralelepípedo)=|[u,v,w]|.

Volume do tetraedro: Um sexto do módulo do produto misto entre u, v e w representa o volume do tetraedro (pirâmide com base triangular) que tem as 3 arestas próximas dadas pelos vetores u, v e w, sendo que estes vetores têm a mesma origem.

V(tetraedro) = (1/6) |[u,v,w]|


Construída por Ulysses Sodré.

Matematicando na vida!

Geometria Geometria Espacial
Prismas
Geometria Espacial: Prismas
  • Prisma
  • Seções do prisma
  • Prisma regular
  • Planificação do prisma
  • Volume de um prisma
  • Área lateral do prisma reto
  • Tronco de prisma

 

Prisma

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.

Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo
Bases são regiões poligonais congruentes


A altura é a distância entre as bases


Arestas laterais são paralelas com as mesmas medidas


Faces laterais são paralelogramos

 

Objeto Prisma reto Prisma oblíquo
Arestas laterais têm a mesma medida têm a mesma medida
Arestas laterais são perpendiculares
ao plano da base
são oblíquas
ao plano da base
Faces laterais são retangulares não são retangulares

 

Quanto à base, os prismas mais comuns estão mostrados na tabela:

Prisma triangular Prisma quadrangular Prisma pentagonal Prisma hexagonal
Base:Triângulo Base:Quadrado Base:Pentágono Base:Hexágono

 

Seções de um prisma

Seção transversal: É a região poligonal obtida pela interseção do prisma com um plano paralelo às bases, sendo que esta região poligonal é congruente a cada uma das bases.

Seção reta (seção normal): É uma seção determinada por um plano perpendicular às arestas laterais.

Princípio de Cavalieri: Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados dois sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo ao plano dado interceptar os sólidos com seções de áreas iguais, então os volumes dos sólidos também serão iguais.

 

Prisma regular

É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares.

Exemplos: Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é um triângulo equilátero. Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja base é um quadrado.

 

Planificação do prisma

Um prisma é um sólido formado por todos os pontos do espaço localizados dentro dos planos que contêm as faces laterais e os planos das bases.

As faces laterais e as bases formam a envoltória deste sólido. Esta envoltória é uma “superfície” que pode ser planificada no plano cartesiano. Tal planificação se realiza como se cortássemos com uma tesoura esta envoltória exatamente sobre as arestas para obter uma região plana formada por áreas congruentes às faces laterais e às bases. A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas lateral e total.

 

Volume de um prisma

O volume de um prisma é dado por:

V(prisma) = A(base).h

 

Área lateral do prisma reto com base poligonal regular

A área lateral de um prisma reto que tem por base uma região poligonal regular de n lados é dada pela soma das áreas das faces laterais. Como neste caso todas as áreas das faces laterais são iguais, basta tomar a área lateral como:

A(lateral) = n A(Face Lateral)

 

Uma forma alternativa para obter a área lateral de um prisma reto tendo como base um polígono regular de n lados é tomar P como o perímetro desse polígono e h como a altura do prisma.

A(lateral) = P.h

 

Tronco de prisma

Quando seccionamos um prisma por um plano não paralelo aos planos das bases, a região espacial localizada dentro do prisma, acima da base inferior e abaixo do plano seccionante é denominado tronco de prisma. Para calcular o volume do tronco de prisma, multiplicamos a média aritmética das arestas laterais do tronco de prisma pela área da base.


Construída por Daniela Harmuch e Ulysses Sodré

Matematicando na vida!

Geometria Geometria Espacial
Poliedros
Geometria Espacial: Poliedros
  • Poliedro
  • Poliedros regulares
  • Características: poliedros convexos
  • Relações de Euler
  • Raios de círculos e ângulo diedral
  • Áreas e Volumes

 

Poliedro

Poliedro é um sólido limitado externamente por planos no espaço R³. As regiões planas que limitam este sólido são as faces do poliedro. As interseções das faces são as arestas do poliedro. As interseções das arestas são os vértices do poliedro. Cada face é uma região poligonal contendo n lados.

Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais formados por planos adjacentes têm medidas menores do que 180 graus. Outra definição: Dados quaisquer dois pontos de um poliedro convexo, o segmento que tem esses pontos como extremidades, deverá estar inteiramente contido no poliedro.

 

Poliedros Regulares

Um poliedro é regular se todas as suas faces são regiões poligonais regulares com n lados, o que significa que o mesmo número de arestas se encontram em cada vértice.

Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro

 

Características dos poliedros convexos

Notações para poliedros convexos: V: Número de vértices, F: Número de faces, A: Número de arestas, n: Número de lados da região poligonal regular (de cada face), a: Medida da aresta A e m: Número de ângulos entre as arestas do poliedro convexo.

 

Característica do
poliedro convexo
Medida da característica
Relação de Euler V + F = A + 2
Número m de ângulos diedrais m = 2 A
Ângulo diedral
Raio do círculo inscrito
Raio do círculo circunscrito
Área da superfície externa
Volume do sólido poliédrico

 

Relações de Euler em poliedros regulares

As relações de Euler são duas importantes relações entre o número F de faces, o número V de vértices, o número A de arestas e o número m de ângulos entre as arestas.

F + V = A + 2, m = 2 A

 

Na tabela abaixo, você pode observar o cumprimento de tais relações para os cinco (5) poliedros regulares convexos.

Poliedro regular
convexo
Cada face
é um
Faces
(F)
Vértices
(V)
Arestas
(A)
Ângulos entre
as arestas (m)
Tetraedro triângulo
equilátero
4 4 6 12
Hexaedro quadrado 6 8 12 24
Octaedro triângulo
equilátero
8 6 12 24
Dodecaedro pentágono
regular
12 20 30 60
Isocaedro triângulo
equilátero
20 12 30 60

 

Raios de círculos e ângulo diedral

Poliedro
regular
Raio do círculo
inscrito (r)
Raio do círculo
circunscrito (R)
Ângulo
diedral (d)
Tetraedro (a/12) R[6] (a/4) R[6] 70o31’44”
Hexaedro a/2 (a/2) R[3] 90o00’00”
Octaedro (a/6) R[6] (a/2) R[2] 109o28’16”
Dodecaedro (a/100)R{50+22R[5]} (a/4)(R[3]+R[15]) 116o33’54”
Icosaedro (a/2)R{(7+R[45])/6} (a/4) R{10+R[20]} 138o11’23”
Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

 

Áreas e Volumes

Poliedro regular Área Volume
Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2]
Hexaedro 6 a2
Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2]
Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]} (1/4) a³ (15+7·R[5])
Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])
Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

Construída por Daniela Harmuch e Ulysses Sodré
Geometria Geometria Espacial
Pirâmides
Geometria Espacial: Pirâmides
  • O conceito de pirâmide
  • Elementos de uma pirâmide
  • Classificação das pirâmides
  • Pirâmide regular reta
  • Área lateral de uma pirâmide
  • Área total de uma pirâmide
  • Volume de uma pirâmide
  • Seção transversal de pirâmide

 

Utilizaremos R[z] para denotar a raiz quadrada de z>0.

 

O conceito de pirâmide

Consideremos um polígono contido em um plano (por exemplo, o plano horizontal) e um ponto V localizado fora desse plano. Uma Pirâmide é a reunião de todos os segmentos que têm uma extremidade em P e a outra num ponto qualquer do polígono. O ponto V recebe o nome de vértice da pirâmide.

Exemplo: As pirâmides do Egito, eram utilizadas para sepultar faraós, bem como as pirâmides no México e nos Andes, que serviam a finalidades de adoração aos seus deuses. As formas piramidais eram usadas por tribos indígenas e mais recentemente por escoteiros para construir barracas.

 

Elementos de uma pirâmide

Em uma pirâmide, podemos identificar vários elementos:

  1. Base: A base da pirâmide é a região plana poligonal sobre a qual se apoia a pirâmide.
  2. Vértice: O vértice da pirâmide é o ponto isolado P mais distante da base da pirâmide.
  3. Eixo: Quando a base possui um ponto central, isto é, quando a região poligonal é simétrica ou regular, o eixo da pirâmide é a reta que passa pelo vértice e pelo centro da base.
  4. Altura: Distância do vértice da pirâmide ao plano da base.
  5. Faces laterais: São regiões planas triangulares que passam pelo vértice da pirâmide e por dois vértices consecutivos da base.
  6. Arestas Laterais: São segmentos que têm um extremo no vértice da pirâmide e outro extremo num vértice do polígono situado no plano da base.
  7. Apótema: É a altura de cada face lateral.
  8. Superfície Lateral: É a superfície poliédrica formada por todas as faces laterais.
  9. Aresta da base: É qualquer um dos lados do polígono da base.

 

Classificação das pirâmides pelo número de lados da base

triangular quadrangular pentagonal hexagonal
base:triângulo base:quadrado base:pentágono base:hexágono

 

Pirâmide Regular reta

Pirâmide regular reta é aquela que tem uma base poligonal regular e a projeção ortogonal do vértice V sobre o plano da base coincide com o centro da base.

R raio do circulo circunscrito
r raio do círculo inscrito
l aresta da base
ap apótema de uma face lateral
h altura da pirâmide
al aresta lateral
As faces laterais são triângulos isósceles congruentes

 

Área Lateral de uma pirâmide

Às vezes podemos construir fórmulas para obter as áreas das superfícies que envolvem um determinado sólido. Tal processo é conhecido como a planificação desse sólido. Isto pode ser realizado se tomarmos o sólido de forma que a sua superfície externa seja feita de papelão ou algum outro material.

No caso da pirâmide, a idéia é tomar uma tesoura e cortar (o papelão d)a pirâmide exatamente sobre as arestas, depois reunimos as regiões obtidas num plano que pode ser o plano de uma mesa.

As regiões planas obtidas são congruentes às faces laterais e também à base da pirâmide.

Se considerarmos uma pirâmide regular cuja base tem n lados e indicarmos por A(face) a área de uma face lateral da pirâmide, então a soma das áreas das faces laterais recebe o nome de área lateral da pirâmide e pode ser obtida por:

A(lateral) = n A(face)

Exemplo: Seja a pirâmide quadrangular regular que está planificada na figura acima, cuja aresta da base mede 6cm e cujo apótema mede 4cm.

Como A(lateral)=n.A(face) e como a pirâmide é quadrangular temos n=4 triângulos isósceles, a área da face lateral é igual à área de um dos triângulos, assim:

A(face) = b h/2 = 6.4/2 = 12
A(lateral) = 4.12 = 48 cm²

 

Exemplo: A aresta da base de uma pirâmide hexagonal regular mede 8 cm e a altura 10 cm. Calcular a área lateral.
Tomaremos a aresta com a=8 cm e a altura com h=10 cm. Primeiro vamos calcular a medida do apótema da face lateral da pirâmide hexagonal. Calcularemos o raio r da base.
Como a base é um hexágono regular temos que r=(a/2)R[3], assim r=8R[3]/2=4R[3] e pela relação de Pitágoras, segue que (ap)²=r²+h², logo:

(ap)²= (4R[3])²+10² = 48+100 = 148 = 4·37 = 2R[37]

A área da face e a área lateral, são dadas por:

A(face) = 8.2[37]/2 = 8.R[37]
A(lateral) = n.A(face) = 6.8.R[37] = 48.R[37]

 

Área total de uma Pirâmide

A área total de uma pirâmide é a soma da área da base com a área lateral, isto é:

A(total) = A(lateral) + A(base)

Exemplo: As faces laterais de uma pirâmide quadrangular regular formam ângulos de 60 graus com a base e têm as arestas da base medindo 18 cm. Qual é a área total?

Já vimos que A(lateral)=n.A(face) e como cos(60º)=(lado/2)/a, então 1/2=9/a donde segue que a=18, assim:

A(face) = b.h/2 = (18.18)/2 = 162
A(lateral) = 4.162 = 648
A(base) = 18² = 324

Concluímos que:

A(total) = A(lateral) + A(base) = 648+324 = 970

 

Exemplo: Um grupo de escoteiros quer obter a área total de suas barracas, as quais têm forma piramidal quadrangular. Para isso, eles usam medidas escoteiras. Cada dois passos de um escoteiro mede 1 metro. A barraca tem 4 passos escoteiros de lado da base e 2 passos de apótema. Calcular a área da base, área lateral e a área total.

 

A(base) = 2.2 = 4 m²
A(lateral) = 4.2.1 = 8 m³

Logo, a área total da barraca é

A(total) = A(lateral) + A(base) = 8+4 = 12 m²

 

Volume de uma Pirâmide

O volume de uma pirâmide pode ser obtido como um terço do produto da área da base pela altura da pirâmide, isto é:

Volume = (1/3) A(base) h

Exemplo: Juliana tem um perfume contido em um frasco com a forma de uma pirâmide regular com base quadrada. A curiosa Juliana quer saber o volume de perfume que o frasco contém. Para isso ela usou uma régua e tirou duas informações: a medida da aresta da base de 4cm e a medida da aresta lateral de 6cm.
Como V(pirâmide)=A(base).h/3, devemos calcular a área da base e a medida da altura. Como a base tem forma quadrada de lado a=4cm, temos que A(base)=a²=4cm.4cm=16 cm².

 

A altura h da pirâmide pode ser obtida como a medida de um cateto de um triângulo retângulo cuja hipotenusa é dada pela altura L=6cm da aresta lateral e o outro cateto Q=2×R[2] que é a metade da medida da diagonal do quadrado. Dessa forma h²=L²-Q², se onde segue que h²=36-8=28 e assim temos que h=2R[7] e o volume será dado por V=(1/3).16.2R[7]=(32/3)R[7].


Seção Transversal de uma pirâmide

Seção transversal de uma pirâmide é a interseção da pirâmide com um plano paralelo à base da mesma. A seção transversal tem a mesma forma que a base, isto é, as suas arestas correspondentes são proporcionais. A razão entre uma aresta da seção transversal e uma aresta correspondente da base é dita razão de semelhança.

 

Observações sobre seções transversais:

  1. Em uma pirâmide qualquer, a seção transversal e a base são regiões poligonais semelhantes. A razão entre a área da seção transversal e a área da base é igual ao quadrado da razão de semelhança.
  2. Ao seccionar uma pirâmide por um plano paralelo à base, obtemos outra pirâmide menor (acima do plano) semelhante em todos os aspectos à pirâmide original.
  3. Se duas pirâmides têm a mesma altura e as áreas das bases são iguais, então as seções transversais localizadas à mesma distância do vértice têm áreas iguais.
V(seção) Volume da seção até o vértice
(volume da pirâmide menor)
V(piram) Volume da pirâmide (maior)
A(seção) Área da seção transversal
(base da pirâmide menor)
A(base) Área da base da pirâmide (maior)
h Distância do vértice à seção
(altura da pirâmide menor)
H Altura da pirâmide (maior)

Assim:

V(seção)


V(base)

= A(seção)


A(piram)

· h


H

 

A(seção)


A(base)

=


 

Então:

V(seção)


V(base)

=


 

Exemplo: Uma pirâmide tem a altura medindo 9cm e volume igual a 108cm³. Qual é o volume do tronco desta pirâmide, obtido pelo corte desta pirâmide por um plano paralelo à base da mesma, sabendo-se que a altura do tronco da pirâmide é 3cm?

Como

V(pirMenor)/V(pirâmide) = h³/H³
V(pirMenor)/108 = 6³/9³
V(pirMenor) = 32

então

V(tronco)=V(pirâmide)-V(pirMenor)= 108cm³-2cm³ = 76 cm³


Construída por Daniela Harmuch e Ulysses Sodré
Geometria Geometria Espacial
Esferas
Geometria Espacial: Esferas
  • O conceito de esfera
  • Aplicação: volumes de líquidos
  • A superfície esférica
  • Fórmulas: objetos esféricos
  • Volume de calota inferior e integrais duplas
  • Volume de calota superior
  • Cálculos On Line

 

O conceito de esfera

A esfera no espaço R³ é uma superfície muito importante em função de suas aplicações a problemas da vida. Do ponto de vista matemático, a esfera no espaço R³ é confundida com o sólido geométrico (disco esférico) envolvido pela mesma, razão pela qual muitas pessoas calculam o volume da esfera. Na maioria dos livros elementares sobre Geometria, a esfera é tratada como se fosse um sólido, herança da Geometria Euclidiana.

Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos falar palavras que sejam entendidas pela coletividade. De um ponto de vista mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é um objeto matemático parametrizado por duas dimensões, o que significa que podemos obter medidas de área e de comprimento mas o volume tem medida nula. Há outras esferas, cada uma definida no seu respectivo espaço n-dimensional. Um caso interessante é a esfera na reta unidimensional:

So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}

Por exemplo, a esfera

S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }

é conhecida por nós como uma circunferência de raio unitário centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos

Um problema fundamental para empresas que armazenam líquidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esféricos e cilíndricos é a necessidade de realizar cálculos de volumes de regiões esféricas a partir do conhecimento da altura do líquido colocado na mesma. Por exemplo, quando um tanque é esférico, ele possui um orifício na parte superior (polo Norte) por onde é introduzida verticalmente uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a vara, observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara e esta medida corresponde à altura de líquido contido na região esférica. Este não é um problema trivial, como observaremos pelos cálculos realizados na sequência.

A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e algumas fórmulas para cálculos de áreas na esfera e volumes em um sólido esférico.

A superfície esférica

A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos do espaço que estão localizados a uma mesma distância denominada raio de um ponto fixo chamado centro.

Uma notação para a esfera com raio unitário centrada na origem de R³ é:

S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }

Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R4 é dada por:

S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }

Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?

 

Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada como a película fina que envolve um sólido esférico. Em uma melancia esférica, a esfera poderia ser considerada a película verde (casca) que envolve a fruta.

 

É comum encontrarmos na literatura básica a definição de esfera como sendo o sólido esférico, no entanto não se deve confundir estes conceitos. Se houver interesse em aprofundar os estudos desses detalhes, deve-se tomar algum bom livro de Geometria Diferencial que é a área da Matemática que trata do detalhamento de tais situações.

O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do espaço que estão localizados na casca e dentro da esfera. Do ponto de vista prático, o disco esférico pode ser pensado como a reunião da película fina que envolve o sólido esférico com a região sólida dentro da esfera. Em uma melancia esférica, o disco esférico pode ser visto como toda a fruta.

 

Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada por:

x² + y² + z² = R²

e a relação matemática que define o disco esférico é o conjunto que contém a casca reunido com o interior, isto é:

x² + y² + z² <

Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é dada por:

(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²

e a relação matemática que define o disco esférico é o conjunto que contém a casca reunido com o interior, isto é, o conjunto de todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:

(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo<

Da forma como está definida, a esfera centrada na origem pode ser construída no espaço euclidiano R³ de modo que o centro da mesma venha a coincidir com a origem do sistema cartesiano R³, logo podemos fazer passar os eixos OX, OY e OZ, pelo ponto (0,0,0).

Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0, obteremos duas superfícies semelhantes: o hemisfério Norte (“boca para baixo”) que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z é não negativa e o hemisfério Sul (“boca para cima”) que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z não é positiva.

Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano vertical que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, teremos uma circunferência maximal C da esfera que é uma circunferência contida na esfera cuja medida do raio coincide com a medida do raio da esfera, construída no plano YZ e a equação desta circunferência será:

x=0, y² + z² = R2

sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos pontos de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas circunferências maximais em uma esfera.

Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno do eixo OZ, obteremos a esfera através da rotação e por este motivo, a esfera é uma superfície de revolução.

Se tomarmos um arco contido na circunferência maximal cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal que p²+q²=R² e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, obteremos uma superfície denominada calota esférica.

Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica para representar tanto a superfície como o sólido geométrico envolvido pela calota esférica. Para evitar confusões, usarei “calota esférica” com aspas para o sólido e sem aspas para a superfície.

A partir da rotação, construiremos duas calotas em uma esfera, de modo que as extremidades dos arcos sejam (0,0,R) e (0,p,q) com p²+q²=R² no primeiro caso (calota Norte) e no segundo caso (calota Sul) as extremidades dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com r²+s²=R² e retirarmos estas duas calotas da esfera, teremos uma superfície de revolução denominada zona esférica.

De um ponto de vista prático, consideremos uma melancia esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esférica” superior e uma “calota esférica” inferior. O que sobra da melancia é uma região sólida envolvida pela zona esférica, algumas vezes denominada zona esférica.

Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e raio da base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota esférica” com altura h2 e raio da base r2, de tal modo que os planos das bases de ambas sejam paralelos. A região sólida determinada pela calota maior menos a calota menor recebe o nome de segmento esférico com bases paralelas.

No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido como para a superfície, “calota esférica” para o sólido envolvido pela calota esférica, a letra maiúscula R para entender o raio da esfera sobre a qual estamos realizando os cálculos, V será o volume, A(lateral) será a área lateral e e A(total) será a área total.

Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos

Objeto Relações e fórmulas
Esfera Volume = (4/3) Pi R³
A(total) = 4 Pi R²
Calota esférica
(altura h, raio da base r)
R² = h (2R-h)
A(lateral) = 2 Pi R h
A(total) = Pi h (4R-h)
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
Segmento esférico
(altura h, raios das bases r1>r²)
R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
A(lateral) = 2 Pi R h
A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6

Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Cálculo Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a apresentar um processo matemático para a obtenção da fórmula do cálculo do volume da “calota esférica” em função da altura da mesma.

Volume de uma calota no hemisfério Sul

Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com raio R.

A equação desta esfera será dada por:

x² + y² + (z-R)² = R²

A altura da calota será indicada pela letra h e o plano que coincide com o nível do líquido (cota) será indicado por z=h. A interseção entre a esfera e este plano é dado pela circunferência

x² + y² = R² – (h-R)²

Obteremos o volume da calota esférica com a altura h menor ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao intervalo [0,R] e neste caso poderemos explicitar o valor de z em função de x e y para obter:

Para simplificar as operações algébricas, usaremos a letra r para indicar:

r² = R² – (h-R)² = h(2R-h)

A região circular S de integração será descrita por x²+y²<R² ou em coordenadas polares através de:

0<m<R, 0<t<2Pi

A integral dupla que representa o volume da calota em função da altura h é dada por:

ou seja

Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na forma:

Após realizar a integral na variável t, podemos separá-la em duas integrais:

ou seja:

Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm poderemos reescrever:

Após alguns cálculos obtemos:

VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] – (2/3)Pi[(R-h)³ – R³]

e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da calota esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo [0,R], dada por:

VC(h) = Pi h²(3R-h)/3

 

Volume de uma calota no hemisfério Norte

Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapassou o raio R da região esférica, então a altura h está no intervalo [R,2R]

Lançaremos mão de uma propriedades de simetria da esfera que nos diz que o volume da calota superior assim como da calota inferior somente depende do raio R da esfera e da altura h e não da posição relativa ocupada.

Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para a calota do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que: h=2R-d, onde d é a altura da região que não contém o líquido. Como o volume desta calota vazia é dado por:

VC(d) = Pi d²(3R-d)/3

e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], poderemos escrever o volume da calota vazia em função de h:

VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3

Para obter o volume ocupado pelo líquido, em função da altura, basta tomar o volume total da região esférica e retirar o volume da calota vazia, para obter:

V(h) = 4Pi R³/3 – Pi (2R-h)²(R+h)/3

que pode ser simplificada para:

V(h) = Pi h²(3R-h)/3

Independentemente do fato que a altura h esteja no intervalo [0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R], o cálculo do volume ocupado pelo líquido é dado por:

V(h) = Pi h²(3R-h)/3

Geometria Geometria Espacial
Cones
Geometria Espacial: Cones
  • O conceito de cone
  • Elementos do cone
  • Classificação do cone
  • Observações sobre o cone circular
  • Cones Equiláteros
  • Exercícios resolvidos

 

O conceito de cone

Considere uma região plana limitada por uma curva suave (sem quinas), fechada e um ponto P fora desse plano.

Denominamos cone ao sólido formado pela reunião de todos os segmentos de reta que têm uma extremidade em um ponto P (vértice) e a outra num ponto qualquer da região.

 

Elementos do cone

Em um cone, podem ser identificados vários elementos:

  1. Vértice de um cone é o ponto P, onde concorrem todos os segmentos de reta.
  2. Base de um cone é a região plana contida no interior da curva, inclusive a própria curva.
  3. Eixo do cone é quando a base do cone é uma região que possui centro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo vértice P e pelo centro da base.
  4. Geratriz é qualquer segmento que tenha uma extremidade no vértice do cone e a outra na curva que envolve a base.
  5. Altura é a distância do vértice do cone ao plano da base.
  6. Superfície lateral de um cone é a reunião de todos os segmentos de reta que tem uma extremidade em P e a outra na curva que envolve a base.
  7. Superfície do cone é a reunião da superfície lateral com a base do cone que é o círculo.
  8. Seção meridiana de um cone é uma região triangular obtida pela interseção do cone com um plano que contem o eixo do mesmo.

 

Classificação do cone

Ao observar a posição relativa do eixo em relação à base, os cones podem ser classificados como retos ou oblíquos. Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da base e é oblíquo quando não é um cone reto. Ao lado apresentamos um cone oblíquo.

Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais importantes são os cones retos. Em função das bases, os cones recebem nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é um círculo e é dito elíptico se a base é uma região elíptica.

 

Observações sobre um cone circular reto

Um cone circular reto é denominado cone de revolução por ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo retângulo em torno de um de seus catetos

A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do cone com um plano que contem o eixo do cone. Na figura ao lado, a seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isósceles VAB.

Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruentes entre si. Se g é a medida da geratriz então, pelo Teorema de Pitágoras, temos uma relação notável no cone: g²=h²+r², que pode ser “vista” na figura abaixo:

A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em função de g (medida da geratriz) e r (raio da base do cone):

A(lateral) = pi.r.g

A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em função de g (medida da geratriz) e r (raio da base do cone):

A(total) = pi.r.g + pi.r² = = pi.r.(g+r)

 

Cones Equiláteros

Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção meridiana é uma região triangular equilátera e neste caso a medida da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.

A área da base do cone é dada por:

A(base) = pi r²

Pelo Teorema de Pitágoras temos que (2r)²=h²+r², logo h²=4r²-r²=3r², assim:

h = r

Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto da área da base pela altura, então:

V = (1/3) pi r3

Como a área lateral pode ser obtida por:

A(lateral) = pi.r.g = pi.r.2r = 2.pi.r²

então a área total será dada por:

A(total) = 3 pi r²

 

Exercícios resolvidos

Notação: Usaremos a notação R[3] para representar a raiz quadrada de 3.

  1. A geratriz de um cone circular reto mede 20 cm e forma um ângulo de 60 graus com o plano da base. Determinar a área lateral, área total e o volume do cone.

    Como sen(60o)=h/20, então

    (1/2) R[3] = h/20
    h = 10 R[3] cm
    

    Como V = (1/3)×(A(base).h, então:

    V = (1/3) pi.r²h
    V = (1/3) pi.10².10 R[3]
    V = (1/3) 1000.R[3].pi cm³
    

    Se r=10cm; g=20cm e A(lateral)=pi.r.g, escreveremos:

    A(lataral) = pi.r.g = pi.10.20 = 200.pi cm²
    A(total) = A(lateral) + A(base)
             = pi.r.g + pi.r² = pi.r.(r+g)
             = pi.10.(10+20) = 300 pi cm²
    
  2. A hipotenusa de um triângulo retângulo mede 2cm e um dos ângulos mede 60 graus. Girando-se o triângulo em torno do cateto menor, obtem-se um cone. Qual é o seu volume? Como sen(60º)=r/2, segue que:
    R[3]/2 = r/2
    r = R[3] cm
    

    Substituindo os valores de g e de r, na relação g²=h²+r², obtemos

    h = 1cm
    V = (1/3).A(base).h = (1/3) pi.r²h
      = (1/3).pi.3 = pi cm³
    
  3. Os catetos de um triângulo retângulo medem b e c, e a sua área mede 2m². O cone obtido pela rotação do triângulo em torno do cateto b tem volume 16 pi m³. Obteremos a medida do cateto c. Como a área do triângulo mede 2m², segue que: (1/2)bc=2, o que garante que bc=4. Como a área da base é dada por A(base)=pi.r²=pi.c², temos que
    V = 16 pi = (1/3) pi c² b
    c = 12 m
    
  4. As áreas das bases de um cone circular reto e de um prisma quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura 12 cm e volume igual ao dobro do volume do cone. Determinar a altura do cone.

    Se

    h(prisma) = 12
    A(base do prisma) = A(base do cone) = A
    V(prisma) = 2×V(cone)
    

    assim:

    A×h(prisma) = 2(A h)/3
    A 12 = (2/3)A h
    h = 18 cm
    
  5. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro de uma lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio r e mesma altura h da casquinha. Qual é o volume do espaço (vazio) compreendido entre a lata e a casquinha de sorvete?
    V = V(cilindro) - V(cone)
      = A(base).h - (1/3) A(base).h
      = pi.r².h - (1/3).pi.r².h
      = (2/3) pi.r².h cm³
    

Construída por Camila R. Minaki e Ulysses Sodré
Geometria Geometria Espacial
Cilindros
Geometria Espacial: Cilindros
  • Introdução aos cilindros
  • A construção de cilindros
  • Objetos geométricos cilíndricos
  • Extensão do conceito de cilindro
  • Classificação: cilindros circulares
  • Volume cilíndrico
  • Áreas lateral e total de um cilindro

 

Introdução aos cilindros

O conceito de cilindro é muito importante. Nas cozinhas encontramos aplicações intensas do uso de cilindros. Nas construções, observamos caixas d’água, ferramentas, objetos, vasos de plantas, todos eles com formas cilíndricas.

Existem outras formas cilíndricas diferentes das comuns, como por exemplo o cilindro sinuzoidal obtido pela translação da função seno.

 

Aplicações práticas: Os cilindros abaixo sugerem alguma aplicação importante em sua vida?

 

A Construção de cilindros

Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de raio r e tomemos também um segmento de reta AB que não seja paralelo ao plano P e nem esteja contido neste plano P. Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos congruentes e paralelos a AB com uma extremidade no círculo.

Observamos que um cilindro é uma superfície no espaço R³, mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro como a região sólida contida dentro do cilindro. Quando nos referirmos ao cilindro como um sólido usaremos aspas, isto é, “cilindro” e quando for à superfície, simplesmente escreveremos cilindro.

A reta que contém o segmento AB é denominada geratriz e a curva que fica no plano do “chão” é a diretriz.

Em função da inclinação do segmento AB em relação ao plano do “chão”, o cilindro será chamado reto ou oblíquo, respectivamente, se o segmento AB for perpendicular ou oblíquo ao plano que contém a curva diretriz.

 

Objetos geométricos em um “cilindro”

Em um cilindro, podemos identificar vários elementos:

  1. Base: É a região plana contendo a curva diretriz e todo o seu interior. Num cilindro existem duas bases.
  2. Eixo: É o segmento de reta que liga os centros das bases do “cilindro”.
  3. Altura: A altura de um cilindro é a distância entre os dois planos paralelos que contêm as bases do “cilindro”.
  4. Superfície Lateral: É o conjunto de todos os pontos do espaço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslocamento paralelo da geratriz sempre apoiada sobre a curva diretriz.
  5. Superfície Total: É o conjunto de todos os pontos da superfície lateral reunido com os pontos das bases do cilindro.
  6. Área lateral: É a medida da superfície lateral do cilindro.
  7. Área total: É a medida da superfície total do cilindro.
  8. Seção meridiana de um cilindro: É uma região poligonal obtida pela interseção de um plano vertical que passa pelo centro do cilindro com o cilindro.

 

Extensão do conceito de cilindro

As características apresentadas antes para cilindros circulares, são também possíveis para outros tipos de curvas diretrizes, como: elipse, parábola, hipérbole, seno ou outra curva simples e suave num plano.

Mesmo que a diretriz não seja uma curva conhecida, ainda assim existem cilindros obtidos quando a curva diretriz é formada por uma reunião de curvas simples. Por exemplo, se a diretriz é uma curva retangular, temos uma situação patológica e o cilindro recebe o nome especial de prisma.

Em função da curva diretriz, o cilindro terá o nome de cilindro: elíptico, parabólico, hiperbólico, sinuzoidal (telha de eternit).


Classificação dos cilindros circulares

  1. Cilindro circular oblíquo: Apresenta as geratrizes oblíquas em relação aos planos das bases.
  2. Cilindro circular reto: As geratrizes são perpendiculares aos planos das bases. Este tipo de cilindro é também chamado de cilindro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo.
  3. Cilindro eqüilátero: É um cilindro de revolução cuja seção meridiana é um quadrado.

 

Volume de um “cilindro”

Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da base pela altura.

V = A(base) h

Se a base é um círculo de raio r, e pi=3,141593…, então:

V = pi r² h

Exercício: Calcular o volume de um cilindro oblíquo com base elíptica (semi-eixos a e b) e altura h. Sugestão: Veja nesta mesma Página um material sobre a área da região elíptica.


Área lateral e área total de um cilindro circular reto

Em um cilindro circular reto, a área lateral é dada por A(lateral)=2pi.r.h, onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro. A área total corresponde à soma da área lateral com o dobro da área da base.

A(total) = A(lateral) + 2 A(base)
A(total) = 2 pi r h + 2 pi r²
A(total) = 2 pi r(h+r)

 

Exemplo: Um cilindro circular equilátero é aquele cuja altura é igual ao diâmetro da base, isto é h=2r. Neste caso, para calcular a área lateral, a área total e o volume, podemos usar as fórmulas, dadas por:

A(lateral) = 4 pi r²
A(base) = pi r²
A(total) = A(lateral) + 2 A(base) = 6 pi r²
Volume = A(base).h = pi r².2r = 2 pi r³

Exercício: Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e altura 3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.

A(base) = pi.r² = pi.2² = 4 pi cm²
A(lateral) = 2.pi.r.h = 2.pi.2.3 = 12 pi cm²
A(total) = A(lateral) + 2 A(base) = 12pi + 8pi = 20 pi cm²
Volume = A(base).h = pi.r²h = pi.4.3 = 12 pi cm³


Construída por Ulysses Sodré.
Geometria Geometria Espacial
A noção de Espaço
Geometria Espacial: A noção de Espaço
  • O que é espaço?
  • Sistema cartesiano R3
  • Outros sistemas de localização
  • Sistema de Coordenadas Polares
  • Sistema de Coordenadas Cilíndricas
  • Sistema de Coordenadas Esféricas
  • Um Sistema Geográfico
  • Sistema cartesiano R4
  • Uma idéia sobre o Rn
  • Exercícios de criatividade

 

O que é espaço?

O que é o espaço? Reconhecemos e usamos o espaço, mas se alguém perguntar o que é o espaço, muitos irão ter dificuldades em explicar. Na verdade, é mais fácil explicar o que se pode fazer com este ente primitivo que não tem definição para nós.

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.”
João 14:2, A Bíblia Sagrada

Uma primeira tentativa para explicar isto, é dizer que é tudo o que nos envolve e é o local onde podemos nos mover para a frente, para o lado e para cima.

Pelo conceito expresso, observamos que vivemos em um ambiente tridimensional. Basta então conhecer as três direções para identificar a posição relativa que ocupamos.

Quando afirmamos que vamos andar para a frente, para o lado e para cima, devemos quantificar e identificar o quanto iremos nos deslocar nestas direções, logo necessitamos conhecer uma origem para o sistema e identificar este ponto como (0,0,0) pois esperamos que ele esteja localizado a uma distância num ponto de referência para todos os outros pontos.

 

O Sistema Cartesiano tridimensional

Um procedimento matemático simples é tomar um ponto genérico como:

P=(x,y,z)

onde x indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos para frente, y indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos para o lado e z indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos para cima.

Para facilitar as coisas do ponto de vista matemático, iremos denominar tais direções por: Eixo OX, Eixo OY e Eixo OZ.

O sistema tridimensional é o conjunto de todos os ternos ordenados (x,y,z), sendo que ordem não pode ser mudada sob pena de nos deslocarmos para outro lugar. A palavra cartesiano se deve a René Descartes, conhecido como cartesius. x recebe o nome de abscissa, y o nome de afastamento e z o nome de cota.

 

Exemplo: Se um indivíduo está no centro da cidade em uma posição O=(0,0,0) e quer andar para a frente 3 quadras, depois andar para o lado 5 quadras e depois subir até o 10o. andar de um prédio a posição final do mesmo após o percurso será o ponto P=(3,5,10) e podemos observar que as unidades não são necessariamente as mesmas. Se este mesmo indivíduo se deslocasse para a posição final P=(3,10,5), certamente chegaria a um lugar diferente.

 

Outros sistemas de localização

Existem outras formas de localização no espaço tridimensional como é o caso do sistema de coordenadas cilíndricas, sistema de coordenadas esféricas, dentre outros. Particularmente importantes são os sistemas de corrdenadas no plano. O sistema cartesiano plano é um caso particular do sistema cartesiano espacial tridimensional, mas existe um outro sistema muito importante que é o sistema de coordenadas polares.

 

O Sistema de Coordenadas Polares (R2)

Vamos considerar agora um mundo plano onde os pontos são indicados por P=(x,y). No sistema bidimensional a medida x recebe o nome de abscissa e a medida y recebe o nome de ordenada.

Existe um sistema que considera uma linha básica horizontal de referência, por exemplo, o Eixo OX indicado positivamente e outra forma de indicar um ponto P=(x,y). Consideremos que a distância da origem O=(0,0) ao ponto P=(x,y) seja indicada por r e que o ângulo formado entre o segmento OP e o Eixo OX indicado positivamente seja indicado por t. Neste caso o ângulo deverá ser um parâmetro tal que 0<t<2Pi. Assim, um ponto será indicado por

P=(r,t)

onde

r = (x2+y2)½, e t = arctan(y/x)

Exemplo: Para um indivíduo pontual se deslocar da origem O=(0,0) ao ponto P=(3,4), ele deverá se deslocar 5 unidades na direção da reta que forma um ângulo de t=36.87 graus com o Eixo OX. Assim, o ponto será descrito como P=(3,4) ou em Coordenadas Polares como:

P=(5, 36.87)

A tangente de 36.87 graus = 0.75 = 3/4.

 

O Sistema de Coordenadas Cilíndricas

Este sistema considera duas linhas básicas que passam pela origem O=(0,0,0), uma linha de referência no plano do chão como o Eixo OX indicado positivamente, uma outra linha de referência como o Eixo OZ e o ângulo indicado por t e formado pela projeção no plano do chão do segmento OP e o Eixo OX indicado positivamente. O ângulo deverá ser um parâmetro tal que 0<t<2Pi. Assim, um ponto P=(x,y,z) será indicado por

P=(r,t,z)

Observamos que este sistema é uma mera ampliação das coordenadas polares, mantendo a mesma coordenada z, conhecida na literatura como a cota z.

A idéia básica para indicar um ponto neste sistema é construir um cilindro circular reto com o centro na origem 0=(0,0,0) e que passe exatamente pelo ponto P=(x,y,z). A projeção deste ponto no plano do chão que é indicada pelo plano z=0 é o ponto Po=(x,y,0) e determinamos as coordenadas polares do par ordenado (x,y) considerado como um ponto de um plano e não do espaço.

 

Exemplo: Para um indivíduo se deslocar da origem O=(0,0,0) ao ponto P=(3,4,10), ele deverá se deslocar 5 unidades na direção da reta que forma um ângulo de t=36.87 graus com o Eixo OX e subir 10 unidades, logo o ponto será descrito como P=(3,4,10) ou em coordenadas cilíndricas como:

P=(5, 36.87, 10)

 

O Sistema de Coordenadas Esféricas

Este sistema considera o plano do chão (z=0) que passa pela origem O=(0,0,0) contendo o Eixo OX orientado positivamente e o Eixo OZ orientado positivamente, que é uma linha reta perpendicular ao plano do chão.

Neste sistema, o ponto P=(x,y,z) é indicado por três medidas: r a distância entre O=(0,0,0) e o ponto P=(x,y,z), u o ângulo formado entre projeção no plano do chão do segmento OP e o Eixo OX indicado positivamente e v o ângulo formado entre o segmento OP e o Eixo OZ indicado positivamente.

Enquanto o ângulo u pode ser tal que 0<u<2Pi pois a projeção de OP sobre o plano do chão pode dar uma volta completa, o ângulo v pertence ao intervalo 0<v<Pi, pois este ângulo chega a ser no máximo um ângulo raso.

 

Assim, um ponto P=(x,y,z) será indicado por

P=(r,u,v)

onde

r = (x2+y2+z2)½ , u = arctan(y/x) e v = arccos(z/r)

 

Um Sistema Geográfico

Há um Sistema Geográfico de identificação de posição na face da Terra que leva em consideração outros objetos como: meridianos e paralelos, para indicar a longitude e a latitude do ponto na superfície do globo terrestre. Como uma circunferência de círculo tem um arco com 360 graus, os cientistas dividiram 360 graus por 24 (horas) para obter 15 graus por hora.

Consideraram a planificação do globo terrestre traçaram linhas imaginárias geodésicas (verticais) sobre a superfície terrestre, as quais passam pelos polos Norte e Sul e estas são denominadas meridianos e a referência básica foi a cidade de Greenwich (Inglaterra) que tem o meridiano 0.

Fizeram o mesmo com linhas horizontais na planificação e denominaram tais linhas de paralelos. Hoje podemos observar a localização de uma cidade em qualquer lugar do mundo situada no meridiano M e paralelo P. E´ lógico que cada local está localizado com a cota z acima do nível do mar, razão pela qual este sistema pode ser indicado como:

P=(M,P,z)

Exemplo: O Terminal Rodoviário da cidade XYZ está localizada na posição (a,b,c). Resolva este problema para a sua cidade.

 

O Sistema cartesiano R4

Você já pensou que ao invés de estar num sistema tridimensional como dissemos antes, talvez você esteja num sistema tetradimensional? Na verdade, vivemos num sistema R4, pois são necessárias 4 coordenadas para indicar a posição relativa de um objeto.

Um objeto colocado às 12:00 h no ponto (3,4,12) não é o mesmo objeto colocado às 13:00 h no mesmo ponto (3,4,12).

Para entender melhor, exija um sacrifício de uma pessoa e a coloque parada (se possível, estática) às 12:00 h em um local de sua casa, que tomaremos como o ponto (3,4,12). Você espera que esta pessoa seja a mesma pessoa às 13:00 h? É óbvio que aconteceram modificações no comportamento da mesma, mesmo que você não tenha observado.

Você acha que uma árvore plantada em um local por mais de 20 anos é a mesma a cada instante? O corpo humano também é composto de átomos que se movem a uma velocidade que não pode ser visualizada, assim, um corpo está em constante movimento e dependendo dos estímulos recebidos das mais diversas fontes, terá alteração, logo não será o mesmo de antes, nem mesmo 1 segundo depois!

Até o momento já observamos como é possível estender o conceito de espaço a algo além daquilo que possamos desenhar ou conceber geometricamente.

 

Uma idéia sobre o Rn

Quando o governo calcula a inflação de um determinado período, ele afirma que a inflação inf é uma função que depende de várias variáveis como X(xuxu), A(abacate), Co(Condomínio), Ca(Carro), E(Escola), I(Indecisão do governo), D(Dívida Interna), E(etc) e outros “objetos”. Uma pessoa normal colocaria o Xuxu ou limão como um dos itens para a análise e cálculo da inflação?

Isto significa a um matemático sério, que

inf = f(X,A,Co,Ca,E,I,D,E)

e é logico que esta função é bem construída e é consistente, no entanto você não consegue desenhar o gráfico da mesma nesse ambiente tridimensional que você vive. Isto indica que você está trabalhando em um sistema com as 8 coordenadas (X,A,Co,Ca,E,I,D,E), logo o gráfico desta função deve estar em R9. Para obter seriamente a inflação você precisa medir o comportamento de n (ou centenas de) variáveis e não somente de poucas.

Isto não quer dizer que a inflação é uma função construída para enganar o povo. Na verdade, o que deveria ser feito para obter a inflação é a consideração das principais variáveis que causam esta alteração no Sistema Financeiro Nacional, mas uma coisa é óbvia: O governo não leva em consideração os fatores que realmente distorcem o processo inflacionário pois não considera nesses cálculos os fatores que geram tal inflação mas somente alguns elementos da cesta básica que nada tem a ver com a realidade nacional.

Com este exemplo, eu espero ter dado uma idéia sobre o significado do espaço Rn, que é uma mera extensão dos espaços bidimensional e tridimensional, nossos velhos conhecidos.

A nossa capacidade ainda é muito pequena para entender um espaço multidimensional Rn.

Observemos a passagem bíblica citada no início deste trabalho, que nos diz que existem outros ambientes (espaços) que o senso de um homem comum é incapaz de conceber.

Ha uma necessidade do ser humano alterar o seu comportamento para ver algo além das coisas comuns desse mundo. Há muitas pessoas que olham para uma parede de uma casa e não conseguem ver nada além dela. Você já se imaginou num quarto de uma casa, pensando exatamente que estivesse no quarto vizinho com todas as coisas boas ou ruins que o mesmo possui? Será que você é daqueles que percorre o trajeto de sua casa até o seu serviço sempre usando o mesmo caminho? Você já pensou que na outra rua existem (coisas ruins e) coisas belas que você nunca percebeu porque nunca passou por lá?

 

Exercícios de criatividade

Exercício de criatividade sobre o R5: Pense em uma pessoa no espaço R³ e simule a possibilidade dessa pessoa ter duas outras características como idade e beleza. Observamos aqui que este indivíduo é um ente pentadimensional e talvez não tivesse percebido isto, pois além de ser tridimensional, ele tem pelo menos 2 outras características.

Exercício para você: Simule as carcaterísticas principais do ser humano e considere tais objetos como coordenadas de um sistema cartesiano.

Exercício para o governo: Tome a conta do Condomínio do local onde você mora, faça uma medida mês a mês dos custos de cada ítem e monte uma função com várias variáveis para determinar o custo mensal condomínio. Analise a variação entre dois meses consecutivos e observe que a inflação de seu condomínio não tem absolutamente nada a ver com a inflação do governo.


Construída por Ulysses Sodré.